Believe In Your Dreams

Point of View — Justin Drew Bieber  

Eu tinha levado os papéis para casa, analisei cada um a procura de uma brecha. A última coisa que eu precisava no momento era me casar com 22 anos.  
Dois dias haviam se passado desde a visita na casa da minha mãe, eu estava preso dentro do meu apartamento lendo e relendo os papéis do contrato.   
A campainha tocou despertando-me, joguei o contrato na mesinha de centro e levantei-me do chão e fui atender a porta. Me surpreendi ao ver meus dois amigos.

— O que fazem aqui? — perguntei, dando espaço para que eles entrassem   
— Tem dois dias que você sumiu. Viemos ver se você ainda está vivo — Chaz disse, olhando a sala, que estava totalmente escura devido às cortinas fechadas, apenas a luz do meu abajur estava acesa. — O que aconteceu aqui? — ele me olhou assim como Ryan. 
— Um pequeno problema — suspirei passando a mão no meu cabelo e no meu rosto em seguida. — Estava tentando achar um outro jeito de resolver este problema — falei apontando para os papéis. 
— Engravidou quem? — Ryan perguntou rindo e  se jogou no meu sofá de couro preto. 
— Engraçadinho — disse forçando uma risada. — A empresa do meu pai está quase falindo e a única salvação sou eu — ambos me olharam atentamente, pois era bastante estranho eu ser a salvação de algo. 
— Tem certeza? — Chaz perguntou desconfiado e eu assenti. — Isso é estranho — ele comentou, fazendo Ryan concordar.   
— Lembram da minha herança? Só ela pode salvar a empresa. — falei voltando a me sentar no chão, mas dessa vez do outro lado da mesa de centro, acabei por me encostar no móvel grafite claro que fica embaixo da TV
— Pelo eu me lembro, ela tem uma cláusula — Ryan comentou e eu assenti, peguei o testamento e entreguei para ele. Ele tinha feito a faculdade de direito, enquanto eu tinha feito  de arquitetura e Chaz fazia a de engenharia civil.   
— Você precisa se casar — ele me olhou intrigado. — Você vai fazer isso? — Chaz pegou o testamento e começou a ler. 
— E eu tenho escolha? — perguntei os encarando   
— Pior que não... Quem vai ser a noiva? — Ryan perguntou e eu neguei apoiando meus cotovelos em meus joelhos que estavam dobrados para cima.  
— Não faço ideia, pedi minha mãe um tempo para pensar, vou lá hoje. Mas tenho certeza que ela já tem alguém em mente. Vocês conhecem a dona Patrícia, não iria sugerir isso se não tivesse pensando em tudo.   
— Você viu quanto vai ganhar? Nem to acreditando que você vai ganhar tudo isso só por casar —  Chaz disse soltando o papel na mesa de centro, ri fraco de sua reação 
— Tudo vem fácil para ele — Ryan virou os olhos e pegou o controle da tv. 
Conversamos por um longo tempo sobre diversos assuntos. Eles foram embora e eu resolvi ir tomar banho para ir ver minha mãe. Quase duas horas depois eu estava na mansão Bieber. Toquei a campainha e vi Sofia abrir, sorri para a mesma a cumprimentando e perguntei onde estava minha mãe. A encontrei no quintal tomando banho de sol. 
— Mãe — disse atraindo sua atenção   
— Justin! Por que não avisou que vinha? — disse colocando sua entrada de banho. — Então, o que decidiu?   
— Irei fazer o necessário para conseguir — ela sorriu vindo me abraçar. — Quem vai ser a noiva?  
— Logo você saberá, vou falar com ela agora. Depois te ligo contando — assenti e vi minha mãe sair feliz. Balancei a cabeça negando, já sabia no problema que tinha me metido.   

Point of View — Chloe Grace Miller     

Mexia no meu computador, enviando meu currículo por e-mail para algumas empresas locais quando escutei a porta ser aberta, virei-me assustada e vi minha mãe entrar com uma feição tensa.   
— O que faz aqui? — perguntei assustada e ela deu sorriu estranho 
— Precisamos conversar — ela estava tensa, fechei meu notebook e o guardei.
— O que aconteceu? — ela sentou-me ao meu lado, colocou sua bolsa no chão e respirou fundo.
— Você faria qualquer coisa por nós? — já começou me assustando.
— Claro! Mãe, vá direto ao assunto — eu estava começando a ficar aflita.   
— Apareceu uma proposta para conseguirmos uma casa própria e você o emprego do seus sonhos — ela falou nervosa.
— Não estou entendendo — olhei-a procurando por respostas em seu jeito.
— Filha, me escuta, ok? A Patrícia está precisando de dinheiro e a única pessoa que tem esse dinheiro é o Justin, seu filho — a interrompi sem interesse.  
— E o que tem isso tem a ver com nossa família? — vi minha mãe revirar os olhos  
— Espera eu terminar. O dinheiro é de uma herança e, para receber, Justin precisa estar casado. — ela esperou alguns segundos e falou de uma vez. — Patrícia perguntou se você poderia ser a esposa dele — em um pulo eu me levantei do sofá.
— A senhora ficou louca? — perguntei olhando-a indignada. — Quer casar sua filha por uma casa? Com um cara que ela nunca viu? Que ainda por cima tem fama de galinha? Por favor, mãe, o que aconteceu nesse tempo que eu estive fora? Perdeu a noção das coisas? — falei demonstrando toda minha raiva.  
— Chloe, apenas quero poder melhorar um pouco de vida e ajudar você com a sua. Sua carreira não é fácil sem ter contatos e eles tem vários.   
— Claro, está pensando somente na senhora. Case-se com ele — disse grossa e saí da casa batendo a porta. Meu coração estava acelerado, nunca tinha sido tão rude com minha mãe. 

 Parei a alguns metros de casa, vendo uma cafeteria. Entrei nela  e pedi um café.   
Isso era extremamente sem noção. Como ela pensou na possibilidade de me casar com um completo estranho? Ok, não completo já vi o tal do Justin umas duas vezes em toda minha vida. O garçom trouxe meu café e eu tomei devagar enquanto minha mente era tomada de perguntas.  

Será que eu tinha feito a coisa errada? Deveria me casar com um completo estranho para dar uma casa para meus pais? Ou para ter uma carreira de sucesso? Eu realmente não sabia. Meu celular vibrou no meu bolso fazendo-me soltar um gritinho, algumas pessoas me olharam e eu dei um sorriso envergonhado.   
Atendi sem olhar e surpreendi-me ao escutar a voz da minha melhor amiga de infância, Juliana. Pedi a ela para vir ao café em que eu estava. Precisava de alguém que me entendesse para conversar. A mesma demorou cerca de 40 minutos. Sorri ao ver a morena entrar no pequeno estabelecimento.  

— O que aconteceu? — ela perguntou sentando-se na minha frente e fazendo um sinal para chamar o garçom.
— Minha mãe quer me casar com um desconhecido para ter uma casa própria — disse apoiando meus cotovelos na mesa, vi sua boca abrir em um perfeito ‘’O’’ e eu ri.
— Quem é ele? — perguntou curiosa e eu revirei os olhos.
— Justin Bieber, conhece?   
— O filho do empresário da construção? — ela me olhou surpresa. — Me traz um chá e um pedaço de bolo de chocolate. — Juliana falou com o garçom que anotou e saiu. 
— Esse mesmo, minha mãe é empregada dela. — ela assentiu e sorriu maliciosa.
— Se você não quiser, pode passar para mim — ri e bati em seu braço.
— Não acho que esse seja um bom motivo para me casar com ele.  
— Sua carreira é, eles conhecem as maiores empresas de Atlanta. Casando com ele, você pode abrir seu próprio negócio ou ir trabalhar em uma grande empresa. Até mesmo na empresa deles. Imagina quanto você iria ganhar em qualquer dessas opções — ela disse pensativa e eu ri.
— Também posso conseguir sozinha — Juliana me olhou com tédio e eu ri.  
— Claro que pode, mas você vai precisar de sorte para uma empresa grande contratar sem te conhecer e sem você ter experiência. Tipo, você pode levar uns 10 anos só para conquistar isto, casando, no máximo, um ano. Você conseguindo um emprego desses, sua mãe não vai precisar mais trabalhar de empregada, ela poderia fazer outra coisa. Assim como seu pai. Não sei, Chloe. Você deveria pensar nisso com carinho, uma oportunidade assim não aparece todo dia, amiga. — suspirei colocando minha cabeça nas mãos ainda apoiada na mesa   
— Só vi ele umas duas vezes em jantares na mansão e algumas vezes nas festas da faculdade, você sabe como ele é. Quero dizer, o que ele faz. — olhei-a triste, pois ela tinha acabado com qualquer argumento que eu tinha.  
— Eu sei, você não vai se apaixonar por ele, mas sim cumprir um contrato ou algo do tipo — suspirei frustrada.