14 março 2015

Everything Has Changed - Chapter Two




Las Vegas - Nevada - Estados Unidos
Point Of View - Ariana Grande 

A apresentação na Billboard foi um tremendo sucesso. Os aplausos, os gritos, as pessoas me parabenizando, era incrível. No começo de tudo, minhas expectativas para minha carreira não chegavam a isso, nunca imaginei que eu estaria aqui, no palco da Billboard. Uma das maiores e mais importantes premiações musicais. Cantando para celebridades de todo o mundo, demonstrando meu talento para essas pessoas, fazendo-os acreditar que eu tinha vocação o suficiente para um dia estar no lugar deles. Ou ao menos, achava que poderia.

Depois de deixar o palco, fui para os bastidores. Frankie e Jai tinham um sorriso de orelha a orelha, assim como meus pais e meus avôs. Isso fez com que eu me animasse mais ainda. E, mesmo cansada, estava feliz. Talvez seja a cafeína que me eletrizou um pouco, mas eu sentia que estava realmente feliz. Abracei a todos que estavam ali, principalmente minha mãe. Afinal, sem ela não estaria aqui nesse momento. Minha felicidade estava exposta para quem quisesse ver, e aquilo, de algum modo, era bom. Assim que deixei minha mãe, voltei a abraçar Jai fortemente. Ele estava me ajudando todo esse tempo, fazendo com que eu ficasse confiante sobre mim mesma, e, com ele, minha insegurança sumia. E mesmo depois de tudo, eu gostava tanto de Jai. Tanto.

- Você foi incrível! Estava maravilhosa. – Jai disse ainda com seus braços me rodeando. E, por mais que seja estranho, eu não queria soltá-lo. Mas eu tive que o fazer depois de algum tempo.

- Obrigada. – sorri tímida como uma criança. Ele tinha essa espécie de poder sobre mim.

- Ariana. – minha mãe chamou fazendo com que eu me virasse. Ela sorriu solidariamente e fez sinal para que eu a acompanhasse. Pedi para Jai esperar por mim e fui até ela. – Eu tenho que ir embora, levar seu avô para o aeroporto para que ele volte á Florida. Ele não pode ficar muito tempo sem seus aparelhos, volto durante a noite. – assenti triste e fui até meus avôs para me despedir deles.

Meu avô, Frank, tem câncer no fígado. Estava internado no hospital á alguns meses, e, raramente, eu podia tirá-lo de lá para me acompanhar em algumas apresentações. Assim como já tive que cancelar várias apresentações para ficar com ele quando aconteciam recaídas imprevistas. Quase nunca tínhamos tempo para ficarmos sozinhos em casa assistindo a filmes antigos e ouvindo música clássica, o que são nossos passatempos prediletos. Desde pequena convivo com ele, e quando ele fica longe, é como se levasse uma parte de mim. Ele é meu melhor amigo para todos os momentos. Mal gosto de pensar em como séria se ele perdesse sua luta contra o câncer.

Assim que meus avôs se afastaram junto com minha mãe e Frankie, pedi para ir ao hotel junto com Jai e o resto da equipe. Não estava muito preocupada em perder o resto da premiação, só queria descansar um pouco antes de ir para Nova York. Scooter concordou, disse que não precisava ficar se não quisesse. Então fui para o camarim e troquei de roupa. Soltei meu cabelo e tirei boa parte da maquiagem relativamente exagerada. Quando terminei, peguei apenas minha bolsa e meu celular que estavam em um sofá. Jai esperava do lado de fora, e assim que saí percebi que ele obtinha em mãos a chave do carro.

- Jones não irá levar a gente? – perguntei.

- Ele se ofereceu, mas eu disse que não era necessário. – respondeu simples. Não me incomodei pelo fato dele ter dispensado Jones, apenas o acompanhei até o carro.

O caminho até o hotel foi longo. O transito em Vegas nunca é agradável, teria que me conformar com isso logo. Jai tentava preencher o tempo em que ficamos parados com uma conversa banal e idiota, mas de tão idiota, ficava até um pouco engraçada. E, de alguma forma, eu me sentia bem em conversar com ele como antigamente. E com antigamente, quero dizer um ano atrás. Quando nosso relacionamento era perfeito. Sem brigas e discussões que nos afastavam aos poucos. Ficar ao lado dele conversando, sem brigar, era tão bom. Na verdade, era ótimo. Talvez ele não tenha idéia, mas Jai estava me fazendo tão bem. Ah, tão bem.

Assim que chegamos ao hotel, eu fui para meu quarto onde tomei um longo e relaxante banho. Lavei meu cabelo e tirei toda aquela maquiagem, e, de algum modo, isso fez com que eu me sentisse mais leve. A água quente escorria sobre meus ombros tensos e relaxava meus ossos cansados, e depois de alguns minutos, tive que abandonar essa sensação. Ao sair do box, sequei meu corpo com uma toalha branca felpuda. E, ao estar totalmente seca, enrolei a toalha em meu cabelo. Fui até a mala que estava sobre a cama e tirei de lá um conjunto de roupas intimas e vesti. Coloquei uma calça jeans e uma regata de algodão branca. Não queria colocar um pijama porque sabia que alguém iria me acordar durante a madrugada dizendo que já iríamos para Nova York. O que era torturante, já que, eu não conseguiria dormir nem ao menos 7 horas sem interrupções.

Quando meu cabelo estava relativamente seco, deitei sobre a deliciosa cama da suíte presidencial que Scooter havia reservado para mim. O quarto era enorme, com uma tevê de tela plana, controle universal e uma jacuzzi com luzes internas. E claro, eu aproveitaria tudo aquilo se não estivesse caindo de sono. Eu achei que um banho iria me acordar, mas estava errada. Ao deitar na cama e me aconchegar sobre os travesseiros, era impossível resistir ao sono. E, em poucos minutos, eu dormia tranquilamente. Mas não durou muito.

Exatamente as 02h30min da madrugada, Frankie me acordou avisando que iríamos para o aeroporto. Se o piloto do jatinho não estive doente, e o substituto estivesse em Chicago, talvez, não precisássemos ir em um avião comum. Eu, particularmente não tenho nenhum problema com isso, mas como toda a equipe de palco sempre está viajando comigo, é bem mais fácil viajar em um jato particular onde podemos conversar livremente, mas no avião estamos separados e isso dificulta um pouco o dialogo que deveríamos ter durante as viagens. Mas talvez isso me ajude a dormir mais um pouco durante toda a viagem. E assim, ficar pelo menos, um pouco disposta.

- Já podemos ir? – Frankie murmurou enquanto eu terminava de amarrar meu all-start de cor branca. Continuava com a mesma roupa anterior, como havia dito, as vesti exatamente para isso.

- Agora podemos. – exclamei ao pegar minha bolsa de mão. Jai havia levado minhas malas, claro que, contra minha vontade. Mas eu não pude evitar, Jai é muito insistente.

Ao deixar o quarto de hotel, fomos para o elevador. Como estava de madrugada, o hall do hotel estava completamente vazio. Parecia o cenário de um filme de terror, era muito assustador. Estava agarrada ao braço de Frankie, quase perfurando sua camiseta com minhas unhas. Mas, finalmente saímos dali. De imediato, o vento gelado bateu contra meu rosto brutalmente e eu gemi. Isso foi como um tapa no rosto. Vegas poderia até ser quente durante o dia, mas a noite, eu sinto que alguém morreria congelado se não estivesse com roupas apropriadas para aquele frio.

- Vamos, entre no carro. Ninguém quer que você fique resfriada. – murmurou Frankie ao abrir a porta do banco de trás do carro. Bufei alto, quase reclamando por causa de sua preocupação desnecessária, e engatinhei sobre o banco traseiro. E, ao olhar para frente, vi Jai. O que me fez sentar rapidamente.

Jai riu. E eu corei com vergonha.

- Vou ir no outro carro com a mamãe. – disse Frankie com desgosto ao olhar para Jai. Assenti com a cabeça e ele fechou a porta do carro com força.

- Acho que ele não gosta muito de mim. – Jai disse em um tom de voz baixo.

- Ele não conhece você como eu, ele não sabe o quanto você se arrepende pelas duas atitudes anteriores. – suspirei. - Ignore, assim como eu.

- Você não precisa me defender. Eles me odeiam por um motivo, independe de me arrepender ou não. – disse seco. – Talvez, eu não devesse estar aqui agora.

- Não diz isso. – sentei ao seu lado e peguei sua mão entrelaçando-a na minha. – Se você não estivesse aqui, eu não agüentaria essa multidão me pressionando, esperando coisas de mim que nem eu mesma sabia que podia fazer. – ergui os ombros preparando um desabafo repentino. – Você tem me dado forças, Jai. Então, por favor, não estrague isso com palavras... Dói em mim saber que você está infeliz por causa de minha própria família, entende? Eu estou deixando eles por você, Jai. Não desperdice isso. - Jai assentiu com a cabeça com um meio sorriso no canto dos lábios. – Obrigado por me compreender. – sorri e ele me puxou para abraçá-lo. Entrelacei minhas mãos em suas costas e fechei meus olhos ao apoiar minha cabeça em seu ombro coberto pela jaqueta de couro preta. – Eu amo você Jai, eu amo muito você.


Sim, eu demorei. Mas como já expliquei no capítulo passado, estou em um blog de design e passo a maior parte de meu tempo lá; desculpem por isso.
Espero que tenham gostado deste capítulo, irei continuar em breve. 

Beijos.






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